Sei que sou um pouco exigente em relação a cinema, para eu
comprar uma entrada tenho que ter quase certeza de satisfação garantida. Em TV
a cabo e filmes baixados na Internet é a mesma coisa, não perco meu tempo com
bobagens e já perdi a conta das vezes em que abandonei um filme pela metade.
Gosto de todos os gêneros, com exceção daquelas comédias românticas estadunidenses (acho
um saco), mas dessa vez fui surpreendido com uma.
Sinceramente não sei porque
cargas d'água baixei “Amor a Toda a Prova”, pois além do título ser ridículo (no original
também é ruim “Crazy Stupid Love”), a direção é desconhecida. Pode ter sido o pôster
que alfinetou meu fetiche por pés, onde uma perna feminina dentro de um lindo scarpin
preto parece intimidar um homem indefeso, ou mesmo o elenco coadjuvante, que
conta com o talento de Juliane Moore, Kevin Bacon, Ryan Gosling entre outros. Não sei, mas
baixei e acabei assistindo. Adorei!
O
filme se trará de uma comédia romântica que parece feita para homens, são os
problemas masculinos que vão dar vida nas duas horas de filme.
Cal
Weaver é um homem casado cuja esposa, do nada, pede o divórcio e diz que
transou com um colega do trabalho. Desolado e infeliz ele passa a freqüentar pubs,
perturbando a todos, choramingando que é corno e se afogando no álcool. É
quando conhece Jacob Palmer (exemplarmente interpretado por Gosling), maior
pegador de mulher do local, que sente pena do fracasso de Cal e se compromete
em ajudá-lo a virar também um pegador.
Vocês
podem estar achando que já viram alguns filmes com roteiro parecido antes, mas
não se enganem, é uma história boa e nova, com alguma nostalgia dos antigos filmes
românticos dos EUA dos anos 50 e 60.
Com
bom humor sobre as desgraças pessoais do homem comum, o filme inclui um olhar aprofundado e às vezes até
amargo sobre o amor não correspondido, sobre a crença da existência de uma alma
gêmea, do medo do envolvimento afetivo,
da insegurança. É uma montanha russa de momentos dramáticos, tocantes e engraçados,
tudo tratado com muita habilidade para que nada saia dos trilhos ou pareça
banal.
No
seu gênero, é sem dúvida o melhor filme do ano, já virou clássico, mas não
sabe.